Mudanças recentes no mercado de trabalho estão valorizando profissionais que apresentam estabilidade nas experiências anteriores.
Segurança, experiência e credibilidade são alguns dos atributos que o profissional consegue no mercado de trabalho a partir de trabalhos mais duradouros. A realidade no Brasil, porém, tem tornado esse um desafio difícil de ser superado. “A estabilidade profissional atualmente é vista como comprometimento e engajamento, por mais que as oscilações de mercado reflitam frequentemente em demissões e movimentações de pessoal que de alguma forma justifiquem menores tempos de empresa, aqueles que permanecem por maiores períodos são valorizados no momento de contratação”, explica a consultora da RH Mattos, Renata Jardim.
A prática mostra que muitos profissionais não conseguem firmar carreira em uma determinada empresa. A partir disso, é frequente ver pessoas que passam por vários locais de trabalho em um curto espaço de tempo. “Permanecer por um longo período na empresa reflete um compromisso e investimento mútuo. O profissional que almeja crescimento e desenvolvimento sabe que é necessário tempo e, além das políticas de cada empresa, estar bem inserido à cultura da organização. Por outro lado, aqueles profissionais que já estão em algum tempo no mercado de trabalho mas não conseguem se estabilizar, são avaliados com maior cautela, pontos como dificuldade de adaptação, organização pessoal e clareza de objetivos devem ser considerados mesmo quando a oscilação seja justificada por um contrato determinado, baixa de serviços ou mesmo remuneração inferior a desejada”, completa Renata.
Um aspecto observado pelos recrutadores é a grande ansiedade que muitas vezes os trabalhadores vivem por uma promoção ou um melhor posicionamento dentro da organização. Em alguns casos, os colaboradores não esperam o tempo adequado para que as coisas aconteçam de forma natural.
De acordo com dados obtidos em 2017 pela Fecomércio (SP), os maiores índices de rotatividade em diferentes setores da economia são: Comércio: 6,17%; Agropecuária: 5,34%; Construção civil: 4,94% e Serviços: 3,53%.