Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil alerta para necessidade de ampliar políticas públicas.

Data de 23 de novembro tem o papel de reforçar a conscientização para importância de investir no diagnóstico e tratamento das doenças.

Assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a segunda causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. A doença fica atrás apenas das causas externas, que são os acidentes. Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. “Houve melhora nos indicadores de outras doenças, por exemplo, que passaram a ser curadas com vacinas e outros medicamentos, o que não acontece com o câncer. Porém, a sobrevida do câncer infantil vem melhorando com o passar das décadas. Imunoterapias, quimioterapias e cirurgias cumprem um papel importante. O desafio é fazer o diagnóstico precoce. Infelizmente, recebemos muitos pacientes com diagnóstico tardio, o que agrava a situação. É preciso conscientizar a população e a comunidade médica”, afirma o médico oncologista associado da Associação Médica do Rio Grande do Sul, Cláudio Galvão.

O câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afeta os glóbulos brancos), os do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático). Segundo dados do Ministério da Saúde, também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles). “Hoje temos vários centros de referência que tratam os pacientes. A principal dificuldades é que o poder público não enxerga o câncer infantil como uma estratégia prioritária de saúde. É uma doença que tem uma importância relevante na causa de mortalidade e não há políticas públicas específicas para isso”, alerta o médico.

As diversas maneiras de a sociedade apoiar a causa também são muito bem-vindas. Ações de arrecadação de verbas e apoio cumprem um importante papel, pois o tratamento do câncer infantil é muito caro e pacientes muitas vezes dependem de verbas de doação.