Prefeitura de Canoas relembra a importância da doação de sangue e do salvamento de vidas.

Doações ocorrem no Banco de Sangue do HU, que é responsável por abastecer os demais hospitais do município. 

Junho é celebrado no país inteiro como o mês vermelho em alusão à doação de sangue, um ato de amor ao próximo que, de forma simples, rápida e segura, salva vidas. Neste período, a baixa temperatura, o aumento da incidência de infecções respiratórias e a queda significativa da procura por hospitais em decorrência da pandemia do novo coronavírus preocupam as organizações de saúde sobre o abastecimento dos bancos de sangue. Em Canoas, a Prefeitura, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), incentiva a solidariedade da população para manter o estoque sob controle e continuar realizando transfusões. 

Além de utilizar em seus próprios pacientes, o Banco de Sangue do Hospital Universitário (HU) do município fornece bolsas para os hospitais de Pronto Socorro (HPSC) e Nossa Senhora das Graças (HNSG), que não possuem serviços de coleta, apenas agências transfusionais. Segundo o levantamento realizado pela equipe técnica do banco, nos últimos cinco anos, mais de 45 mil cidadãos se candidataram para a doação e 39,2 mil destes estavam aptos para a coleta. A média de inaptidão, ou seja, do número de candidatos que procuram o serviço, mas não passam da triagem clínica é de menos de 20%, o que está de acordo com a média nacional. 

Outros dados informam que 95% das transfusões são realizadas por doadores de reposição e procuram o hospital apenas no momento em que amigos ou familiares mais precisam. O restante do público é formado por doadores voluntários e procuram o Hospital Universitário como prática ou mobilizados pelas campanhas de doação. A meta estabelecida pelo Banco de Sangue é a obtenção de 60% dos doadores voluntários por meio da conscientização dos canoenses. Por isso, protegendo os voluntários, os profissionais da saúde tomam medidas rígidas de higienização e segurança em todos os setores, como o uso obrigatório da máscara, serviço por agendamento, distanciamento e desinfecção a cada atendimento. 

“Tivemos uma diminuição de 20% das doações entre março e junho se comparado com o mesmo período dos últimos três anos. Considerando que tradicionalmente trabalhamos em constante carência de sangue, essa queda já representa uma situação alarmante”, sinaliza a médica hematologista e responsável técnica pelo Banco de Sangue do HU, Eliete Rosane Martins Pereira. 

De acordo com as condições básicas para doar sangue, estipulados pelo Ministério da Saúde, solidários que foram infectados pelo novo coronavírus não poderão doar sangue até transcorridos 30 dias da completa recuperação. Já os candidatos à doação de sangue que tiveram contato nos últimos 30 dias com pessoas contaminadas estarão inaptos para doação por 14 dias. 

Demais condições básicas para doar sangue 

Para doar sangue, é necessário ter entre 16 e 69 anos, sendo que menores de idade devem procurar o serviço acompanhados pelo responsável legal. Pessoas com idade acima de 60 anos podem doar desde que não seja a primeira vez. Todos necessitam apresentar documento original com foto recente, que permita a identificação do candidato, emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Cartão de Identidade de Profissional Liberal, Carteira de Trabalho e Previdência Social, Carteira Nacional de Habilitação e RNE-Registro Nacional de Estrangeiro). 

Homens podem doar de dois em dois meses e até quatro vezes por ano, enquanto a doação do público feminino ocorre de três em três meses e até três vezes anuais. Os doadores precisam estar saudáveis, com no mínimo 50 kg de peso, menos de quatro horas de jejum e não portar doenças infectocontagiosas, nem ter sido exposto à situação de risco nos últimos 12 meses. Também são exigidos pelo menos seis horas de sono nas 24 horas antecedentes à doação e o tempo superior a 12 horas sem consumo de bebidas alcoólicas. 

Algumas causas de inaptidão temporária para a doação 

– Resfriado: aguardar 7 dias após desaparecimento dos sintomas; 

– Gravidez: 90 dias após o parto normal e 180 dias após a cesariana; 

– Amamentação: 12 meses após o parto; 

– Tatuagem, piercing, maquiagem definitiva: 12 meses; 

– Situações nas quais há maior risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis: 12 meses; 

– Qualquer procedimento endoscópico (endoscopia digestiva alta, colonoscopia, rinoscopia etc): 6 meses; 

– Extração dentária (verificar uso de medicação) ou tratamento de canal (verificar medicação): 7 dias; 

– Cirurgia odontológica com anestesia geral: 4 semanas; 

– Vacina contra gripe: 48 horas; 

– Herpes labial ou genital: apto após desaparecimento total das lesões; 

– Herpes Zoster: apto após 6 meses da cura; 

– Grandes cirurgias: 6 meses após o procedimento; e pequenas cirurgias: 3 meses; 

– Quem esteve em estados brasileiros ou em outros países onde há alta prevalência de malária deve aguardar 12 meses após o retorno para doar; 

– Quem esteve nos Estados Unidos deve aguardar 30 dias para doar, após o retorno; 

– Quem morou na Europa após 1980, poderá ser inapto; 

– Quem esteve em região onde há surto de febre amarela deve aguardar 30 dias para doar após o retorno. Se tomou a vacina, o período de espera será de quatro semanas; se contraiu a doença, deve aguardar seis meses após recuperação completa (clínica e laboratorial). 

Algumas causas de inaptidão definitiva 

– Doença de Chagas; 

– Hepatite após os 11 anos de idade; 

– Ser portador do vírus HIV (AIDS), HCV (Hepatite C), HBC (Hepatite B), HTLV; 

– Uso de drogas injetáveis.