Manter a saúde física e mental é imprescindível para quem cuida de pacientes com Alzheimer.

Com o tema “O dia a dia de quem cuida”, Ciclo de Palestras AMRIGS debateu a necessidade de se estar bem para auxiliar o outro.

Comum no avançar da idade, o Alzheimer atinge não somente o paciente com o diagnóstico, mas também seus familiares e cuidadores, que precisam ter o conhecimento necessário para assistir o idoso da melhor forma, sem prejudicar a sua própria saúde física e mental. Estes foram os desafios abordados no Ciclo de Palestras da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), realizado na noite de quarta-feira (14/10), com o tema “O dia a dia de quem cuida”. O evento teve participação gratuita e foi transmitido de forma online pela plataforma Sympla Streaming. “O Alzheimer é uma doença familiar. Afeta toda família quando diagnosticado. Praticamente 80% dos cuidadores de pacientes são da família e muitas vezes também são idosos. Quem assiste o idoso, passa a ser o elo com o doente e a vida, a figura principal entre o médico e o pacientes. Por isso, é preciso ter sensibilidade de sentir o paciente, como ele está. Estar atento”, explicou o médico geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia/RS, João Senger, responsável por introduzir o tema.

De acordo com Senger, a deterioração da memória não é o que mais afeta o cuidador na relação com o paciente. “O problema principal são as mudanças de comportamento e personalidade com quem tem demências”, reiterou.

O médico psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz RS), Eduardo Sabbi, lembrou que o familiar deve compreender que quem está doente é o paciente e o cuidador é quem tem a capacidade de “trazer ele para desfrutar a vida”. “Quanto temos alguém com Alzheimer, ela está muito comprometida. É muito difícil. Ela precisa de alguém, de um familiar ou cuidador. É ele quem irá tocar esse barco. Por isso, essa pessoa tem que estar forte física e emocionalmente para entender o que está acontecendo”, apontou. “Se isso não for feito, ela acaba adoecendo. As duas pessoas adoecendo, o barco fica à deriva”, completou Sabbi.

A palestra foi mediada pelo jornalista e escritor, Fernando Aguzzoli, que também é membro diretor da ABRAz RS. “É fundamental que se conheça essas dificuldades na hora de cuidar de quem tem Alzheimer, para podermos absorver e nos preparar. Existem diversas opções para lidar. É possível vencer a doença todos os dias”, relatou.

A iniciativa da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) contou com apoio da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz RS) e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.