Lab NIP conclui programa de aceleração de negócios periféricos e anuncia destaques.

✔ Iniciativa da “Articuladora de Negócios de Impacto da Periferia”, o Lab NIP concluiu o processo de aceleração. Voltado a empreendedores de impacto com atuação nas periferias da Grande São Paulo, o programa de curto prazo – com metodologia exclusiva da Artemisia – teve que se adaptar às normas de distanciamento social: todas as dinâmicas, mentorias e os workshops foram conduzidos remotamente ao longo de cinco semanas. Entre os destaques, Emperifa, Monomito Filmes, Reciclo Beleza Sustentável, PLT4Way, Escola de Notícias e Coletivo Meninas Mahin, que receberão um capital-semente de 15 mil cada e acompanhamento individualizado por seis meses do Empreende Aí.

A potência de uma nova geração de empreendedores de impacto social que atuam nas periferias se mostra evidente nos destaques do Lab NIP. Entre as mais de 400 empresas analisadas e 30 selecionadas para participar do processo de aceleração de curto prazo, os negócios Emperifa, Monomito Filmes, Reciclo Beleza Sustentável, PL4Way, Escola de Notícias e Coletivo Meninas Mahin se destacaram. A iniciativa da Articuladora de Negócios de Impacto da Periferia (ANIP) – mobilização criada pela A Banca, a Artemisia e o FGVcenn – vai destinar um capital-semente de R$ 15 mil para cada negócio e acompanhamento individualizado por seis meses da escola de negócios Empreende Aí.

Dedicado a negócios de impacto social que nasceram e atuam nas periferias da Grande São Paulo, o Lab NIP ofereceu aos empreendedores conteúdos e conexões com especialistas e outros líderes de negócios de impacto. O objetivo da iniciativa é fortalecer quem está criando negócios inovadores nas periferias de São Paulo para que possam avançar mais rapidamente. O programa gratuito foi conduzido com a metodologia de aceleração de curto prazo desenvolvida pela Artemisia – organização pioneira no apoio a negócios de impacto social no Brasil.

Maure Pessanha, diretora-executiva da Artemisia, relatou que a adaptação do conteúdo do Lab NIP para o formato digital trouxe inúmeros aprendizados importantes para a organização e se revelou um processo profundamente empático, em especial com as mães empreendedoras. “A equipe da Artemisia fez um trabalho primoroso de adaptação, sobretudo para manter a conexão humana, mesmo em um ambiente digital. Entender os desafios não óbvios dos empreendedores foi, também, um norteador desse ajuste da metodologia. Ao final, entendemos que o modelo não apenas se mostrou empático e eficiente, como quebrou as barreiras geográficas e permitiu que as mães – empreendedoras selecionadas para o processo de aceleração – pudessem permanecer em seus lares, com os próprios filhos, sem o prejuízo de perder a interação e os conteúdos importantes para o sucesso do negócio que conduzem. Reduzimos as limitações por possíveis questões de mobilidade, o que acho, particularmente, um grande ganho para a inclusão”, avalia a executiva.

Edgard Barki do FGVcenn destacou que, acima de tudo, o Lab NIP primou pela manutenção dos valores da ANIP de empatia, visão humana e individualizada. “Mesmo com a realização 100% on-line, tivemos uma preocupação especial em manter o toque personalizado e olhar individualizado, considerando anseios, motivações e necessidades das empreendedoras e dos empreendedores participantes”, afirma.

DJ Bola, da organização A Banca, destacou que a edição foi pensada, inicialmente, para acontecer off-line. “Com a chegada da Covid-19, tivemos que adaptar as dinâmicas da formação do Lab NIP para o on-line. Com isso, pensamos nos cuidados relacionados aos diferentes estágios dos negócios selecionados; também, na situação de sobrevivência – passando pela falta da grana, cuidado com as crianças, ações emergenciais, paralisação financeira no negócio, necessidade de adaptação do modelo de negócio e saúde mental. Para além dos conteúdos relacionados ao negócio, a iniciativa acreditou no potencial do indivíduo e do coletivo, na escuta ativa. Buscamos novas formas de abraços e de ‘olho no olho’, por entendermos que são parte fundamental do desenvolvimento da empreendedora e do empreendedor de periferia”, afirma, acrescentando que o Lab NIP é uma inovação de formação empreendedora, focada em provocar o senso de coletividade, trocas e processo de aprendizagem, além de olhar para desafios e conquistas dos acelerados.

Articuladora de Negócios de Impacto da Periferia conta com o apoio da Fundação ARYMAX, Fundação Tide Setubal, Fundação Casas Bahia, Instituto Humanize e AZ Quest.

AUDIOVISUAL

Monomito Filmes |  www.youtube.com/monomitofilmes

Liderada por Lincoln Pires e Larissa de Souza Costa, o Monomito Filmes atua no território do Itaim Paulista, Zona Leste de São Paulo, com produções audiovisuais conduzidas por equipes videomaker, nas quais os profissionais assumem multifunções, reduzindo o custo final. Com foco em atender as periferias, o negócio abarca como clientes artistas, músicos, coletivos, entre outros. A empresa tem por objetivo contar histórias e democratizar o acesso à produção audiovisual profissional.

O negócio é resultado da trajetória de Lincoln – fotógrafo que registra a quebrada e a cultura hip hop há mais de 12 anos. Quando entrou no mundo corporativo, para atuar com tecnologia da informação, se sentiu engessado e afastado do que mais gostava. Há quatro anos, juntou coragem e abriu a Monomito Filmes para voltar às origens. O sugestivo nome da produtora é uma alusão à estrutura de obras literárias e cinematográficas – também conhecida como “jornada do herói” – dividida em três partes: partida do protagonista (herói); iniciação da jornada; e retorno ao ponto inicial. Hoje, a Monomito atua como uma agência audiovisual de impacto que, além de produção, se ocupa da distribuição, em especial para artistas do território. Desde o início das atividades, já impactaram mais de 250 artistas – seja gratuitamente, seja com valores colaborativos e sociais.

COMUNICAÇÃO

Escola de Notícias |  www.escoladenoticias.org

Atualmente liderada por Camila Andrade Vaz e Leonardo Pereira dos Santos no bairro de Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo, o negócio de impacto social atua na formação, ampliação de repertório e incubação de projetos com a juventude da região. Por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação, democratiza o acesso e a ampliação dos direitos sociais, culturais e econômicos dos jovens da região. Os empreendedores atuam com formação (teórica e prática) em reconhecimento das habilidades socioemocionais, investigação apreciativa e afetiva do território e na vivência técnica de áreas de comunicação (jornalismo, fotografia, cinema, entre outros). Oferecem também bolsas de estudo e mentorias; e possuem uma agência de comunicação focada na disseminação da visão periférica, cujos recursos obtidos são reinvestidos. Liderada por jovens do território, desde 2013 a Escola de Notícias já formou mais de 100 jovens, desenvolveu mais de 1.800 horas de conteúdo, 36 produtos de comunicação (15 filmes, 7 exposições, 14 produtos jornalísticos), 28 eventos com a comunidade local, e distribuiu 115 bolsas de estudo. O principal objetivo é fomentar um ecossistema que conecta indivíduos, propósitos, ideias e movimentos que transformem a narrativa – até, então, marginalizada – das favelas.

CONSULTORIA

Emperifa | www.emperifa.com.br

Empreendida por João Guedes, Márcio Cardoso e Fábio Borges, a Emperifa é um negócio pioneiro e especialista em gestão da criatividade para negócios periféricos da indústria criativa. Por meio de metodologia e ferramentas próprias, os fundadores do negócio do território da Zona Leste de São Paulo despertam e encorajam empreendedores e intraempreendedores a utilizarem soluções criativas para gerar resultados sustentáveis e significativos. Guedes defende que empreender em periferias é um ato de resistência; e que os desafios – sobretudo de planejamento – podem comprometer os negócios. Para auxiliar os empreendedores a ultrapassar as barreiras, a Emperifa atua com a missão de promover o desenvolvimento econômico, social, cultural e ambiental das periferias por meio de programas específicos para cada etapa do negócio e tempo de maturidade. Em dois anos de atuação, firmaram parcerias de fomento ao empreendedor periférico com diversas organizações e fundações.

EDUCAÇÃO

PLT4Way | www.plt4way.com.br

Fundada por Diogo Bezerra da Silva e Diego Luiz dos Santos, a PLT4Way é um negócio de impacto social que oferece o ensino de inglês por meio de uma metodologia imersiva – com aulas situacionais, no qual o aluno aprende o idioma, tanto a gramática quanto a fluência, com situações do cotidiano. Criada na comunidade do Jardim Pantanal, Zona Leste de São Paulo, a escola surgiu da experiência de Diogo – que, ao aprender inglês, pode ascender socialmente. Além de democratizar o acesso ao aprendizado do inglês, como contrapartida, a cada três alunos pagantes, os empreendedores oferecem uma bolsa para um morador da periferia. Nesse formato, já atingiram mais de 140 alunos que estudaram gratuitamente. Ao todo, são mais de 300 alunos.

EMPREGABILIDADE & GERAÇÃO DE RENDA

Coletivo das Meninas Mahin | www.meninasmahin.com

Fundada por Ednusa Ribeiro e Vilma Wicky (em memória) na Zona Leste de São Paulo, o coletivo fomenta o empreendedorismo feminino negro e contribui com o combate às desigualdades raciais mediante atividades afirmativas. Além de um espaço para comercializar produtos – como as mais de 150 feiras realizadas – as empreendedoras podem contar com consultorias e mentorias. Com a iniciativa, são conduzidas atividades interdisciplinares, integrando atividades artesanais, artísticas, esportivas, musicais, literárias, oficinas de ações de cidadania, entre outras. Hoje são 70 mulheres negras, e suas famílias, impactadas diretamente. Graduada em Administração de Empresas e Recursos Humanos, Ednusa é especializada em Gêneros e Etnias e Autogestão, Cooperativas e Economia Solidária. Mulher negra, mãe solo e moradora da periferia, transformou a vivência e expertise em um negócio de impacto social e em resistência. A missão é promover o desenvolvimento social, cultural e econômico de afroempreendedoras – além de promover a integração da comunidade por meio de ações afirmativas que valorizam a história e a cultura afro e afro-brasileira, mediante a realização de feiras e eventos.
 

SUSTENTABILIDADE

Reciclo Beleza Sustentável | www.reciclobelezasustentavel.com.br

Liderada por Fábio Silva e Maria Thereza Alpoim, a Reciclo Beleza Sustentável é um negócio de impacto socioambiental, tecnologia e inovação sustentável que busca ampliar as ações verdes de marcas e empresas do segmento de saúde e beleza; moda e têxtil; perfumaria e cosméticos. Os empreendedores ajudam os clientes no processo de descarte correto das embalagens via logística reversa. A empresa – que apoia cooperativas na região metropolitana de São Paulo, em especial nos territórios da Zona Leste e Zona Sul da cidade – surgiu da experiência do empreendedor que, como consultor ambiental, teve contato com o conceito de gestão reversa de resíduos. A Reciclo Beleza possui, também, uma certificação e um selo que atestam que empresas do segmento da beleza estão comprometidas com a questão ambiental. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), o Brasil é, atualmente, o quarto consumidor global de produtos de beleza – o que demonstra a dimensão do problema do descarte desse material. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2020, a Reciclo Beleza conduziu o descarte de mais de um milhão de embalagens aerossol em parceria com duas cooperativas da Zona Leste de São Paulo. Entre os compromissos, geração de trabalho e renda (parceria com 23 cooperativas da Capital), estímulo à produção e ao consumo sustentáveis.

SOBRE A ARTICULADORA DE NEGÓCIOS DE IMPACTO SOCIAL (ANIP)

Como sétimo país mais desigual do mundo, de acordo com Pnud, o Brasil mantém uma forte concentração de renda: 1% dos brasileiros ganha o equivalente ao restante da população. Nas periferias, que concentram grandes massas populacionais, os problemas sociais têm um alto grau de complexidade; em contrapartida, são polos de inovação social, onde empreendedores-cidadãos criam soluções inspirados tanto pela necessidade quanto pela oportunidade. Nesse cenário periférico, emergiu um novo pensamento sobre negócios de impacto; uma geração de empreendedores que se apresentou como potência de inovação, impacto, resistência e superação. Para apoiar e potencializar esse empreendedorismo transformador, A Banca, a Artemisia e o FGVcenn se uniram, em 2018, para criar uma iniciativa pioneira na temática; em 2020, as organizações anunciaram a nova Articuladora de Negócios de Impacto da Periferia. Com uma estratégia integrada de apoio à jornada empreendedora dentro das periferias, a ANIP – que atua em quatro grandes frentes de atuação: mobilização e inspiração; novos modelos financeiros; geração de conhecimento; e formação de empreendedores – conta com o apoio da Fundação ARYMAX, Fundação Tide Setubal, Fundação Casas Bahia, Instituto Humanize e AZ Quest. Hoje, como articuladora, tem a intenção de compreender, articular e mobilizar atores estratégicos para a consolidação do ecossistema de negócios de impacto nas periferias. 

www.articuladoranip.com

ORGANIZAÇÕES QUE FORMAM A ANIP

 A BANCA | A Banca é um negócio de impacto da periferia que proporciona uma mudança de perspectiva, contribuindo para a periferia ser empreendedora do seu sonho, com qualidade de vida, conectando pessoas e articulando o ecossistema. Nasceu como um movimento juvenil no final da década de 1990, quando o Jardim Ângela era o lugar mais violento do mundo. Em 2007, passou pelo processo de aceleração da Artemisia; em 2008, estruturou-se juridicamente, tornando-se uma associação. Desde o início de suas atividades, A Banca já realizou mais de 130 eventos gratuitos em espaços públicos da cidade de São Paulo, nos quais se apresentaram 120 grupos musicais, beneficiando diretamente 45 mil pessoas. Atuou com mais de 25 escolas públicas e privadas, oferecendo intervenções educacionais através da cultura Hip Hop e da Educação Popular. Foi a pioneira em fazer conexões de impacto, em busca de romper as barreiras invisíveis culturais, sociais e econômicas com pessoas de diferentes realidades na cidade de São Paulo. 

FGVcenn | O Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios (FGVcenn) foi criado em junho de 2004 com a missão de ser um gerador de conhecimento em empreendedorismo no Brasil, construindo uma cultura empreendedora na Fundação Getulio Vargas e contribuindo para impulsionar o ecossistema de empreendedorismo no Brasil. Para isso, o Centro reúne pesquisadores de formações diversas para estudar e propagar conhecimento sobre empreendedorismo de forma multidisciplinar, independente e de acesso público. O FGVcenn é reconhecido como um centro de excelência sobre empreendedorismo e realiza uma série de eventos, workshops, congressos e pesquisas, a maioria deles oferecida gratuitamente a um público interno e externo à FGV.

ARTEMISIA | A Artemisia é uma organização sem fins lucrativos, pioneira na disseminação e no fomento de negócios de impacto social no Brasil. A organização apoia negócios voltados à população em situação de vulnerabilidade econômica, que criam soluções para problemas socioambientais e provocam impacto social positivo por meio de sua atividade principal. A missão da organização é identificar e potencializar empreendedores(as) e negócios de impacto social que sejam referência na construção de um Brasil mais ético e justo. A organização já apoiou mais de 500 iniciativas de todo o Brasil em seus diferentes programas, tendo acelerado intensamente mais de 180 negócios de impacto social. Fundada em 2005 pela Potencia Ventures, possui atuação nacional. 

www.artemisia.org.br