2020 se anunciava como o ano da retomada de um crescimento econômico mais vigoroso no país, depois da Reforma da Previdência e de outras medidas econômicas. E nesta esteira, os brasileiros que viajavam muito, tinham planos de viajar mais, movimentando com ainda mais força todo o cluster do turismo, tanto nacional como internacional.
Mas, em meados de março explode a pandemia no Brasil, com aumento de casos de contaminação. Primeira medida dos governos foi optar pelos cuidados sanitários (máscaras, álcool em gel) combinado com o isolamento social.
Porém, o isolamento social era um remédio com forte efeito colateral: a economia. Pois forçou o fechamento parcial ou total de comércios, serviços e outros ambientes públicos. E neste contexto, engoliu o turismo junto.
Se já não bastasse o fechamento compulsório de hotéis, restaurantes e outros espaços de entretenimento, ainda houve quase que a paralisação total dos voos. Tudo isto somado com o pânico das pessoas, resultou numa parada histórica do setor. Trazendo junto consequências desastrosas como fechamento de estabelecimentos, queda brusca de faturamento, demissões e todo o custo emocional envolvido neste processo doloroso.
Mas, como não há um mal que sempre dure, é preciso sustentar a operação viva para passar por este período, que hoje deve estar mais próximo do fim do que ontem, e ao mesmo tempo, planejar a retomada.
Acreditamos que o turismo retornará, e será crescente na medida que pudermos mostrar que esta atividade é segura. Que todos cuidados foram tomados para que os turistas possam ter a melhor experiência combinada com a máxima segurança sanitária.
O planejamento da retomada deve considerar que num primeiro momento o turismo será rodoviário e não aéreo. Como estão nossas estradas, acessos, sinalização? E por conta disso terá um caráter mais regional. Provável que teremos um fluxo de pessoas nos visitando, que sempre foram nossos vizinhos, mas nunca foram nossos hóspedes. Será que o poder aquisitivo, e as expectativas são as mesmas do turista que vem de outro estado e de outro país.
E em sendo um turismo rodoviário e regional, a tendência será de estadias menores. Nossos hotéis podem pensar em promoções que visem ampliar a taxa de ocupação, que somente acontecerá tendo um fluxo maior de pessoas para atender?
Apesar de este momento ser o pior da pandemia, não podemos perder de vista que o futuro chegará, e cabe a nós criá-lo, com as condições que temos, com as informações que dispomos e os recursos que nos restam.
Apostamos muito que a colaboração de toda a cadeia poderá ser o elo e de diferenciação que se faz necessário neste momento de dificuldades, reduzindo o tempo da retomada, criando soluções antes não imaginadas só possíveis quando se usa a Inteligência coletiva, em nome de uma causa compartilhada. E neste contexto ganham muita relevância as entidades promotoras do setor. Elas têm a missão de conectar todas as partes interessadas na busca da retomada.
Juntos é que construiremos um futuro melhor para o turismo de nossa região! Por Solon Stapassola Stahl (Diretor-executivo da Sicredi Pioneira RS)