AMRIGS manifesta preocupação com possíveis irregularidades em recursos na saúde.

AMRIGS manifesta preocupação com possíveis irregularidades em recursos na saúde.

A Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) recebeu com preocupação a notícia da denúncia de irregularidades que envolvem o montante de R$ 1 bilhão na gestão da saúde de Canoas. O efeito direto dá-se na administração dos hospitais Universitário (HU), de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), duas unidades de pronto atendimento e quatro de atendimento psicossocial. A entidade médica acredita que isso gere um enorme prejuízo no atendimento à população uma vez que os serviços atendem a uma grande parte da população de Canoas e região. “Saudamos a atuação do Ministério Público contra o Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp) que além de prejudicar a população com os anunciados atos de irregularidade provocaram também grandes prejuízos à classe médica e de outras áreas da saúde com atraso em salários incluindo profissionais de enfermagem, técnicos, farmacêuticos e radiologistas”, afirma o presidente da AMRIGS, Alfredo Floro Cantalice Neto.

Para o diretor de comunicação da AMRIGS, Juliano Chibiaque, os danos causados no atendimento à população são enormes, uma vez que o quadro geral no atendimento à população já é de extrema dificuldade. “Há uma crise sem precedentes na saúde. É revoltante ver um volume tão significativo de recursos sendo usado irregularmente conforme aponta a denúncia, ao mesmo tempo em que temos um Estado quebrado financeiramente e tendo que parcelar os salários e abrir mão de investimentos que seriam importantes para saúde. Esse acontecimento reforça o que há bastante tempo afirmamos: há mão de obra disponível no Brasil e esse não é o problema, mas sim a falta de áreas físicas e em condições para que os médicos possam exercer o seu trabalho”, disse.

A terceirização da saúde em Canoas foi assinada no final de 2016 pelo então prefeito Jairo Jorge (PDT) e pelo universitário Brayan Souto Santos – à época, presidente do Gamp. Após o início da execução do contrato, surgiram suspeitas de irregularidades, conforme auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Até fevereiro deste ano, a prefeitura de Canoas identificou R$ 17,6 milhões em despesas indevidas ou não comprovadas pelo grupo. Desde maio de 2017, a prefeitura vem descontando dos repasses à entidade valores que considera gastos inadequados. Colaboração: Marcelo Matusiak.