A dimensão existencial da pessoa idosa e seu cuidador.

O crescimento do número de idosos trouxe mais visibilidade ao segmento, mas a sociedade precisa reformular sua concepção de velhice.

Você já reparou como o número de pessoas mais velhas está aumentando. O Brasil, que até pouco tempo era identificado como um “país jovem”, atualmente encontra-se no rol dos países com um importante crescimento de sua população idosa.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), para países em desenvolvimento, onde a expectativa de vida é menor, consideram-se como idosos indivíduos com mais de 60 anos. O envelhecimento acelerado que estamos constatando é decorrência da queda brusca da fertilidade e do aumento da longevidade humana. A redução da taxa de mortalidade infantil, as novas tecnologias, o avanço da medicina e a melhoria da qualidade de vida contribuíram, entre outros fatores, para aumentar a expectativa de vida do brasileiro.

Enquanto formos adolescentes, jovens ou adultos somos capazes de cuidarmos nós mesmos de nossa saúde. Por mais que sejamos criteriosos na busca do nosso bem estar e da melhor qualidade de vida possível, inevitavelmente, um dia seremos idoso e precisaremos da atenção dos que nos cercam, sejam eles entes queridos, parentes ou instituições especializadas. Apresentamos a seguir algumas dicas práticas e bem objetivas sobre cuidados com os idosos. Para você pensar! Como você gostaria que o tratassem, caso você fosse uma pessoa bastante idosa?

Essa mudança na estrutura demográfica da sociedade precisa ser acompanhada por mudanças de atitudes, mentalidades e da organização de toda a sociedade para enfrentar os novos desafios gerados pela também nova demanda.

Infelizmente, para envelhecer numa sociedade que tem como modelo a juventude, é necessário enfrentar o preconceito e valores estigmatizados, que evidenciam mais os aspectos negativos dessa etapa da vida.

Envelhecer é um processo natural, que envolve perdas, mas também importantes aquisições. O conhecimento e a experiência acumulada ao longo do tempo trazem para a pessoa idosa a capacidade para enfrentar situações do cotidiano com equilíbrio e ponderação.

Valorizar a sabedoria como um aspecto positivo do envelhecimento é uma atitude a ser adotada pelo próprio idoso e por toda a sociedade, para alterar a imagem social da velhice.

O convívio em grupos de idosos ou terceira idade é um espaço importante para desencadear, tanto na pessoa idosa, quanto na comunidade, à mudança de mentalidade que leve à inserção e ao fortalecimento do papel social do idoso.

A criação de programas e projetos que estimulem a participação do idoso em diferentes atividades é tarefa do poder público, que deve destinar recursos que atendam as necessidades e garantam a melhoria na sua qualidade de vida.

A Política Nacional do Idoso, criada pela lei no 8842, de 04/01/94, e regulamentada pelo decreto no 1948, de 03/07/96, está voltada para assegurar os direitos sociais do idoso e as condições para a promoção de sua autonomia, integração e participação na sociedade. O papel da assistência social, nesta Política, é a de efetivar ações de proteção e inclusão social.

No entanto, os direitos conquistados em lei pela população brasileira em geral, e pelos idosos em particular, não garantem a implementação de políticas e ações que respondam às reais necessidades de proteção social. Os serviços de atenção à população idosa no Rio Grande do Sul são insuficientes frente à grande demanda, especialmente para os mais pobres, que utilizam e dependem totalmente dos recursos da rede pública.

É grande a queixa dos idosos sobre a falta de educação e de como são tratados, por exemplo, nos transportes coletivos por inúmeros motoristas e cobradores, demonstrando o desrespeito e a falta de preparo da população em geral para o convívio com os mais velhos.

O crescimento do número de velhos trouxe mais visibilidade ao segmento, mas a sociedade precisa reformular sua concepção de velhice. É necessário que se lance um novo olhar para o idoso e tratá-los com mais respeito e dignidade.