É muito comum as pessoas associarem a ortodontia diretamente a dentes desalinhados e à necessidade de uso de aparelho dentário para correção. No entanto, a ortodontia vai muito além disso, trata-se de uma especialidade que atua na prevenção de problemas ortodônticos e dos ossos da maxila e mandíbula, diagnosticando disfunções e promovendo intervenções preventivas para evitar ou reduzir complicações, que podem até se tornar severas, no período de crescimento e desenvolvimento da face.
Sendo assim, existem diferentes demandas ortodônticas, com formas de abordagens específicas, o que leva a uma subdivisão em três classificações: ortodontia preventiva, interceptativa e corretiva ou tradicional.
Cada abordagem é aplicada levando em consideração o perfil do paciente, idade e suas particularidades.
Hoje, vamos falar aqui especificamente da ortodontia preventiva, que como o nome já diz, atua na prevenção do agravamento de problemas de oclusão. Ela pode evitar a necessidade de uso de aparelho fixo, extração de dentes permanentes e, até mesmo, cirurgias ortognáticas, feitas para corrigir o posicionamento do maxilar.
Através da ortodontia preventiva também se aplica uma abordagem educativa para correção, orientação e desconstrução de maus hábitos que podem comprometer o desenvolvimento da arcada dentária, como chupar dedo e chupeta, por exemplo.
Além disso, também podem ser identificadas disfunções que interferem no desenvolvimento dentário, como problemas de dicção em que a língua da criança empurra os dentes durante a fala, ou problemas respiratórios que prejudicam a respiração da criança forçando a respiração pela boca, comprometendo a formação da angulação correta da arcada.
É importante e recomendado que a ortodontia preventiva seja realizada ainda na infância, durante a fase dos dentes de leite, que se dá entre os 5 e 12 anos, para que o tratamento tenha um resultado mais efetivo.
Como é feito o tratamento preventivo?
Na primeira consulta o ortodontista já pode identificar o que deve ser acompanhado ou tratado. Incialmente são realizadas intervenções para garantir a saúde bucal e prevenir problemas de oclusão e falta de espaço para a substituição dos dentes de leite.
Entre as intervenções mais comuns, podemos citar:
• Avaliar e acompanhar o espaçamento entre os dentes de leite para o nascimento e desenvolvimento dos dentes permanentes;
• Utilizar aparelhos ortodônticos espaçadores para manter o espaço após a queda dos dentes decíduos;
• Extrair de forma programada dentes decíduos, para facilitar a descida e o posicionamento do dente permanente substituto;
• Tratar lesões de cárie, evitando a perda prematura dos dentes de leite e consequente comprometimento da arcada e do espaçamento necessário para o dente permanente; • Usar expansor palatino – modelo de aparelho ortodôntico usado para corrigir a largura do céu da boca e manter o espaçamento para o nascimento dos dentes permanentes, corrigindo, ainda, problemas causados por maus hábitos. Texto de: Daniela Prietsch