A difícil missão de encarar as cólicas no bebê recém-nascido.
Ela costuma aparecer perto da segunda semana de vida e causa muita apreensão nos pais e incômodo para o bebê. O problema é considerado comum e bastante frequente. Acomete um em cada cinco lactentes abaixo dos 3 meses e, apesar de ser dita autolimitada, há evidências mostrando que pode trazer efeitos adversos importantes no comportamento da criança, no sono e na evolução das alergias alimentares. O consolo é que o fenômeno é transitório e desaparece espontaneamente. O grau de intensidade varia, mas o perfil mais comum é o bebê chorar por um longo período, ficar irritado e agitado.
Segundo a presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) e médica gastroenterologista, Cristina Targa Ferreira, sabe-se que a cólica é uma imaturidade do tubo digestivo que causa alterações da motilidade – distensão e peristaltismo aumentado – causando desconforto no bebê, mas não se sabe bem por que isso acontece. “A cólica é uma característica dos primeiros 3 meses e quando dura mais deve ser investigada. São períodos de choro excessivo que alteram a vida do lactente e de sua família enormemente, contribuindo para uma má qualidade de vida”, explica.
As mães, geralmente, sabem diferenciar o choro da cólica do choro que tem outros fatores. O bebê com cólicas fica agitado, mexe as perninhas e solta gases. As cólicas acontecem mais no final do dia e tendem a passar e a criança fica bem o resto do dia. Em geral, não tem muita relação com a alimentação e pode acontecer logo após a refeição ou, até mesmo, horas depois. “A alimentação da mãe pode influenciar em algumas coisas no bebê, como na cor das fezes, agitação e cólicas, mas em geral não se constitui na causa de cólicas. As dores não têm causa bem definida. As alergias alimentares podem causar cólicas e acontecem, também, na criança amamentada no peito materno e melhoram com a dieta da mãe – completa Cristina”, completa Cristina.
As cólicas no lactente são mais comumente definidas como choro excessivo no lactente menor do que 3 meses, que ocorrem pelo menos 3 vezes por dia, e pelo menos 3 vezes na semana. Mesmo tendo sido muito estudada há várias décadas, ainda não tem uma etiologia esclarecida e nem um tratamento eficaz. A orientação é sempre consultar um médico para que sejam adotados os cuidados adequados.