Troféu Oscarito, Troféu Eduardo Abelin e 14 curtas brasileiros em competição são anunciados.
Já em contagem regressiva para a realização do formato multiplataforma do Festival de Cinema de Gramado, que será transmitido pela TV, no Canal Brasil, e por streaming, a organização divulga mais uma importante etapa da 48ª edição: os curtas-metragens brasileiros (CMB) selecionados e os nomes do homenageados com o Troféu Oscarito e Troféu Eduardo Abelin.
Este ano, serão 14 títulos de oito estados e Distrito Federal escolhidos entre 428 inscritos: Rio de Janeiro com quatro filmes, São Paulo com três, e Alagoas, Amazonas, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Sul, com um título cada. A Comissão de Seleção foi composta pela crítica de cinema, roteirista e jornalista cultural Lorenna Montenegro, pelo consultor, roteirista e diretor Frederico Pinto, pela diretora e roteirista Juliana Antunes, e pela roteirista, diretora e pesquisadora Rosa Miranda.
Sobre o panorama analisado e o trabalho de seleção, Juliana Antunes, comenta, “Importante garantir a realização de um festival tão respeitado quanto o de Gramado. A transmissão pela televisão e por streaming alcança quem não iria ao Festival e isso é muito importante para realizadores que terão o trabalho divulgado em um ano com tão pouca divulgação. Sobre a seleção, a Comissão pensou em uma cartela de filmes que incluísse mulheres, jovens diretoras e diretores, que fosse diversa, com temáticas e realizadores que fugissem da lógica capitalista e heteronormativa. Olhamos também para trás da tela, para um cinema não tão branco e masculino. Claro, analisando sempre o fazer cinematográfico”, avalia.
Os títulos concorrem em dez categorias: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia, Melhor Montagem, Melhor Trilha Musical, Melhor Direção de Arte e Melhor Desenho de Som. Além do disputado Kikito, o Melhor Filme recebe R$ 6.500,00 em dinheiro e os demais R$ 1.000,00 cada.
Os CMB serão exibidos na grade linear do Canal Brasil e ficarão disponíveis por 24 horas por streaming, no endereço https://globosatplay.globo.com/c/canal-brasil/. Confira mais abaixo quem são os filmes concorrentes.
Homenagens 2020
Marco Nanini e Laís Bodanzky são reconhecidos por suas carreiras
Dois nomes que fazem história no cinema nacional serão homenageados este ano. O Troféu Eduardo Abelin será da diretora Laís Bodanzky. Laís dirigiu filmes como o premiado “Como Nossos Pais”, que recebeu seis Kikitos em 2017, e “Bicho de Sete Cabeças”, de 2000. Atualmente, é diretora-presidente da Spcine. Por mais de 10 anos, Laís coordenou projetos sociais de audiovisual como o Tela Brasil, que promove exibição itinerante de filmes nacionais, um programa de educação audiovisual em várias comunidades pelo Brasil e o Tela BR, um curso de educação audiovisual a distância.
Este ano, o Troféu Oscarito, a mais tradicional honraria entregue pelo Festival de Gramado será concedida ao ator, produtor e diretor Marco Nanini. Imortalizado na cultura popular por seus trabalhos na televisão, no cinema e no teatro, Nanini debutou nas telas de cinema no mesmo ano da primeira edição do evento serrano, em 1973, com o longa-metragem “As Moças Daquela Hora”. Antes, em 1969, já havia atuado em telenovelas e espetáculos teatrais. No currículo, quase uma centena de projetos ao longo dos últimos 50 anos. No ano passado, arrancou elogios da crítica nacional e internacional ao dar vida a personagem Pedro em “Greta”, do diretor Armando Praça. O filme foi exibido no Festival Internacional de Cinema de Berlim e teve sua estreia nacional no Cine Ceará, no qual obteve três troféus Mucuripe, incluindo a categoria de Melhor Ator para Nanini.
Vale lembrar que o 48º Festival de Cinema de Gramado não será presencial.
A programação será transmitida pela grade linear do Canal Brasil e, também, pelo serviço de streaming. Cada categoria com suas peculiaridades que serão detalhadas quando a programação for divulgada.
Mais fotos dos homenageados, além de fotos e trailers dos CMB selecionados, estão disponíveis em www.pressphoto.com.br.
Confiras quem são os curtas-metragens brasileiros concorrentes:
Atordoado, Eu Permaneço Atento – Rio de Janeiro
15’ – Documentário
Direção: Henrique Amud & Lucas H. Rossi dos Santos
Sinopse: O jornalista Dermi Azevedo nunca parou de lutar pelos direitos humanos e agora, três décadas após o fim da ditadura, assiste ao retorno das práticas daquela época.
Blackout – Rio de Janeiro
18’51’’ – Ficção
Direção: Rossandra Leone
Sinopse: Em um Rio de Janeiro futurista nada parece ter mudado. Abuso de autoridade, violações de direitos, racismo e machismo ainda dão o tom da relação do poder público com a favela. Dessa vez, entretanto, algo parece estar para mudar.
Dominique – Rio de Janeiro
19’ – Documentário
Direção: Tatiana Issa, Guto Barra
Sinopse: Em uma ilha na foz do rio Amazonas, conhecemos Dominique, cuja mãe criou sozinha três filhas transexuais. No caminho para visitar a mãe, Dominique relembra os tempos de prostituição e brutalidade policial que sobreviveu devido ao amor incondicional de sua mãe.
Extratos – São Paulo
8’ – Documentário
Direção: Sinai Sganzerla
Sinopse: Extratos é um curta-metragem com imagens entre o período de 1970 até 1972 nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Londres, Marrakech, Rabat e a região do deserto do Saara. As imagens foram filmadas por Helena Ignez e Rogério Sganzerla no exílio, nos anos de chumbo.
Inabitável – Pernambuco
19’ – Ficção
Direção: Matheus Farias, Enock Carvalho
Sinopse: O mundo experimenta um fenômeno nunca antes visto. Marilene (Luciana Souza) procura por sua filha Roberta, uma mulher trans que está desaparecida. Enquanto corre contra o tempo, ela descobre uma esperança para o futuro.
Joãosinho da Goméa – O Rei do Candomblé – Rio de Janeiro
14’24’’ – Documentário experimental
Direção: Janaina Oliveira ReFem e Rodrigo Dutra
Sinopse: O filme apresenta Joãosinho da Goméa como narrador principal de sua história. Com músicas cantadas por ele, performances provocadoras e arquivos diversos que ressaltam o quanto ele é importante para as religiões de matriz africana. A Rainha Elizabeth II disse que se o candomblé tivesse um rei, esse seria Joãosinho da Goméa, o Rei do Candomblé.
O Barco e o Rio – Amazonas
17’12’’ – Ficção
Direção: Bernardo Ale Abinader
Sinopse: Vera é uma mulher religiosa que cuida de uma embarcação no porto de Manaus. Ela precisa lidar com a irmã Josi com quem diverge em relação a como lidar com o barco e sobre como viver a vida.
4 Bilhões de Infinitos – Minas Gerais
15’ – Ficção
Direção: Marco Antonio Pereira
Sinopse: Brasil. 2020. Após a morte do pai, uma família vive com a energia de casa cortada. Enquanto a mãe trabalha, seus filhos ficam em casa conversando sobre ter esperança.
Receita de Caranguejo – São Paulo
19’45’’- Drama
Direção: Issis Valenzuela
Sinopse: Após a morte do pai, Lari e sua mãe vão passar alguns dias na praia. Elas resolvem cozinhar caranguejos. E os bichos, aos poucos, transformam-se em seres luminosos.
Remoinho – Paraíba
12’27” – Ficção
Direção: Tiago A. Neves
Sinopse: Após um longo período de afastamento, Maria retorna à casa de sua mãe. Ela está decidida sair do remoinho que a fez voltar.
Subsolo – Rio Grande do Sul
8’ – Animação / Comédia
Direção: Erica Maradona e Otto Guerra
Sinopse: Três amigos frequentam diariamente a mesma academia em busca de seus ideais de corpos. Apesar de assíduos, convivem com os frustrantes deslizes que acontecem longe das esteiras, fazendo girar as engrenagens de um ciclo interminável.
Trincheira – Alagoas
14’40” – Ficção
Direção: Paulo Silver
Sinopse: Num aterro de lixo, um garoto observa o imponente muro de um condomínio de luxo. Gabriel usa de sua imaginação para construir seu mundo fantástico.
Você tem olhos tristes – São Paulo
17’50’’- Ficção
Direção: Diogo Leite
Sinopse: Luan trabalha como bikeboy de aplicativo e enfrenta dilemas e preconceitos na sua jornada diária de entregas em uma cidade grande. Sem hesitar, sonha com um futuro melhor.
Wander Vi – Distrito Federal
19’56” – Documentário
Direção: Augusto Borges e Nathalya Brum
Sinopse: Wanderson Vieira é um músico da cidade de Samambaia e nesse curta documentário, nos conta um pouco como concilia seu trabalho noturno e ensaios de dança, com criar sua carreira, lançando seu pseudônimo Wander Vi, para alcançar seu sonho.