Dietas restritivas podem acentuar queda de cabelos.
As dietas restritivas, cada vez mais na moda, alteram hábitos alimentares de forma significativa, mas se não forem feitas com o devido acompanhamento de um médico ou de um nutricionista podem ocasionar uma série de problemas de saúde. Um dos riscos é o aumento no volume da queda de fios de cabelo. Segundo a médica associada da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS (SBD-RS), Ana Paula Caramori, um cuidado fundamental é com a ingesta de proteína. “Ao ter uma diminuição, por exemplo, para menos de 40 gramas por dia de proteína, pode haver uma queda de cabelo. Quem não come proteína (principalmente de origem animal) terá menos aporte de aminoácidos e também menos ferro no organismo, o que também está associado a um possível aumento na queda dos fios. A necessidade fisiológica de ferro nas mulheres é um pouco maior, por conta das perdas menstruais. Quanto a ingesta proteína, é preciso uma avaliação individual porque a necessidade metabólica muda, de acordo com o perfil de cada pessoa e de acordo com o sexo”, explicou. Outro erro comum tem sido o excesso de vitaminas em produtos que são usados como complementos. “Esses polivitamínicos, muitas vezes, estão sendo usados pelas pessoas, que ingerem várias marcas ao mesmo tempo e o excesso de vitaminas também pode ser tóxico para os cabelos”, completou.
A médica refere também outras causas que podem levar à queda de fios como problemas na tireóide, uso de medicamentos, estresse importante, cirurgia bariátrica e alterações hormonais, como ovário policístico. O jeito mais comum para perceber que há um aumento desse fenômeno é observar o ralo do chuveiro ou então no ato de pentear.
Este tipo de queda de cabelo é chamado de Eflúvio Telógeno Agudo. Geralmente, está associado a algum evento que aconteceu três meses antes do início da queda, mas, em alguns, casos nenhuma causa específica é encontrada. Os eventos mais associados à queda são: pós-parto, infecção aguda, início ou interrupção do uso de medicamentos, internação hospitalar, dietas muito restritivas, doenças metabólicas ou infecciosas graves, cirurgias (especialmente a bariátrica), além de evento estressor importante. Existe também o Eflúvio telógeno crônico, que tem comportamento distinto, onde há fases de aumento na queda dos fios, de forma cíclica, algumas vezes por ano. Esta condição nem sempre tem causa definida, sendo seu mecanismo ainda pouco conhecido.