Diabete, uma doença que afeta muitos aspectos da vida do doente, por isso a primeira reação de uma pessoa, ao descobrir que tem diabetes, é sentir-se confusa e amedrontada.
Sejam nos livros, jornais, revistas ou mesmo na internet, inúmeras são as informações que podemos obter sobre este mal, que age silenciosamente no corpo humano. Mas, é claro, nem sempre foi assim. Podemos dizer que o esclarecimento atual é fruto do esforço de profissionais que, ao longo da história, dedicaram-se a descobrir e observar as misteriosas complicações orgânicas.
Em 14 de novembro, comemoramos, mais uma vez, o Dia Mundial do Diabetes e, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a diabete é a terceira causa de morte no mundo, superada apenas pelas doenças cardio-circulatórias e pelo câncer. Calcula-se que, de cada 100 pessoas, 7 sofram da doença. No mundo, isto equivale a cerca de 150 milhões de pessoas e, segundo os especialistas, a prevalência da Diabete deve exceder 333 milhões de pessoas em meados de 2025.
A diabete é uma disfunção crônica, que consiste no pâncreas parar total ou parcialmente de produzir a insulina – hormônio responsável pelo transporte da glicose (açúcar) para as células do organismo, proporcionando energia necessária para as atividades diárias.
Diabetes Tipo 1 – Neste caso as células do pâncreas, que normalmente produzem insulina, foram destruídas. Quando pouca ou nenhuma insulina vem do pâncreas, o corpo não consegue absorver a glicose do sangue; as células começam a “passar fome” e o nível de glicose no sangue fica constantemente alto. A solução é injetar insulina subcutânea (embaixo da pele) para que possa ser absorvida pelo sangue. Ainda não é possível produzir uma forma de insulina que possa ser administrada oralmente já que a insulina é degradada pelo estômago, em sua forma inativa.
Diabetes tipo 2 – Embora não se saiba o que causa o Diabete Tipo II, sabe-se que neste caso o fator hereditário tem uma importância bem maior do que no Diabete Tipo I. Também existe uma conexão entre a obesidade e o Diabete Tipo II; embora a obesidade não leve, necessariamente, ao diabetes.
Sintomas – Segundo a Drª Helena Wenher, médica endocrinologista, no diabete Tipo I os sintomas são: aumento do número de vezes de urinar, sede excessiva, excesso de fome, perda rápida de peso, fadiga, cansaço, desânimo e irritabilidade. “Na diabete Tipo II, os sintomas ainda apresentam: infecções freqüentes, alteração visual (visão embaçada), dificuldade na cicatrização de feridas, formigamento nos pés e furunculose”, afirma.
Os sintomas muitas vezes são vagos, como formigamento nas mãos e pés, dormências, peso ou dores nas pernas, infecções repetidas na pele e mucosas.
Níveis de glicose no sangue – Para diagnosticar apropriadamente o diabete, o médico deve saber a quantidade exata de glicose presente no sangue do paciente. De acordo com a Drª Helena, esta quantidade de glicose é expressa em milimols por litro (mmol/1), referindo-se ao número de moléculas de açúcar por litro de sangue e uma outra maneira de expressar este valor é em miligramas de açúcar por decilitro (mg/dl). “Em indivíduos não diabéticos, o nível normal de glicose no sangue é aproximadamente de 5 mmol/1 (90mg/dl); logo após uma refeição, este nível aumenta para, talvez, 7 mmol/1 (126mg/dl); o nível raramente cai abaixo de 3,5 mmol/1 (63 mg/dl). Em geral, não se encontra açúcar na urina se o nível de glicose no sangue for menor que 10 mmol/1 (180mg/dl)”, afirma.
Dieta – alimentos podem, a grosso modo, ser divididos em duas categorias: os que contêm açúcares “rápidos” (carboidratos de absorção rápida) e os que contêm açúcares “lentos” (carboidratos de absorção lenta). Os alimentos com açúcares “rápidos” contêm açúcar refinado e incluem geléias, doces, balas, frutas, sucos de frutas e leite. Estes açúcares “rápidos” produzem altos níveis de glicose no sangue (dependendo da quantidade consumida), porque o açúcar chega à corrente sangüínea em um curto período de tempo.
Conseqüentemente é melhor combiná-los com açúcares “lentos”, que são encontrados em alimentos como as batatas, vegetais e arroz. Os açúcares “lentos” são mais seguros para o diabético, porque eles chegam à corrente sangüínea mais lentamente e dão ao corpo a chance de absorvê-los, antes que se “acumulem” no sangue. As fibras dos alimentos retardam a absorção de açúcares. Você pode, também, reservar o consumo de açúcares “rápidos” para os períodos onde o seu controle mostrar que o seu nível de glicose no sangue está muito baixo. Se o seu nível de glicose no sangue estiver muito baixo, você sentirá os efeitos e deverá consumir açúcares “rápidos”, para corrigir este estado.
Exercícios Físicos – De acordo com a especialista Helena Wenher, os exercícios aumentam a sensibilidade do corpo à insulina e, portanto, tendem a diminuir o nível de glicose no sangue. Para o diabético, qualquer tipo de atividade física é de suma importância. “Os exercícios como natação, caminhadas, atividades aeróbicas com acompanhamento, vôlei, remo, não estão contra indicados, desde que o paciente tenha liberação médica, mas os exercícios de mergulhos a grandes profundidades e escaladas de altitudes extremas são os de riscos aos portadores de diabetes”, alerta a especialista.
Tratamento com insulina – A insulina só pode ser administrada por injeção, porque ela é destruída no estômago se administrada oralmente. A insulina injetada, porém, é absorvida pelo sangue, independente das quantidades de glicose presentes.
Os diabéticos devem aprender como ajustar refeições e administrações de insulina, para evitar extremos de muita glicose no sangue (hiperglicemia) e muito pouca glicose no sangue (hipoglicemia). Os diferentes tipos de preparados de insulina são distinguidos pela velocidade com que a insulina injetada é absorvida do tecido subcutâneo pela corrente sangüínea (início da ação) e pelo tempo que o organismo leva para absorver toda a insulina injetada (duração da ação).
Insulina de ação rápida – As insulinas de ação rápida atingem a corrente sangüínea e começam a baixar o nível de glicose no sangue em, aproximadamente, 1/2 hora depois de sua administração. Mas, como os nutrientes dos alimentos são absorvidos muito mais rapidamente do intestino pela corrente sangüínea, a insulina pode ser injetada 1/2 hora antes da refeição.
Insulina de ação intermediária – Esta insulina é obtida pela adição de uma substância que atrasa a absorção da insulina. Os cristais de insulina devem ser agitados suave e uniformemente no líquido antes de cada injeção. A maior quantidade de moléculas atinge a corrente sangüínea entre a 4ª e a 12ª hora depois de administração e, aproximadamente, depois de 24 horas a dose é totalmente absorvida.
Onde e como injetar insulina – Para assegurar uma absorção regular de insulina é importante mudar sempre o lugar de aplicação. Quando você injetar insulina, a agulha deverá ser inserida profundamente, o suficiente para atingir o tecido subcutâneo, mas não tão fundo que possa atingir um músculo. Um método comum de injeção de insulina é levantar a pele em uma dobra larga e inserir a agulha em um ângulo entre 45′ e 90′.
Como armazenar insulina – A insulina é um hormônio relativamente estável que manterá sua potência total, pelo menos até a data de término de sua validade, se você a armazenar corretamente. Se você não puder armazená-la em um refrigerador, mantenha a sua insulina no local mais fresco possível.
Conforme informações da Drª Helena, os fatores mais importantes a serem evitado são: temperaturas extremas, a luz do sol e a agitação da insulina. A insulina que é congelada, não deverá nunca ser usada. “As insulinas não devem ficar em ambientes que possam ficar quentes – como o porta-luvas de seu carro ou em cima da televisão; nem em horas de constante agitação, como podem ocorrer em uma viagem longa de carro”, recomenda.
Portanto, de acordo com a especialista, uma vez diagnosticado o diabete, mudanças de hábito serão necessárias. “Para viver com qualidade, o diabético deve tomar seu medicamento/insulina conforme indicação médica, ter uma alimentação balanceada e saudável, praticar atividade física, visitar regularmente seu endocrinologista, nutricionista e oftalmologista e participar de atividades educativas e de trocas de experiências em associações de diabetes; estes são importantes passos para o paciente com diabetes ter melhor qualidade de vida”, conclui. Fonte: DRª. Helena Wenher e www.diabetes.com.br. Matéria autoral atualizada, anteriormente publicada na Revista Acontece-Editada para Site: Jornalista Leci da Silva.