Artista paulistano Marcos Amaro apresenta exposição itinerante no MARGS.
Desconstruções e Articulações chega ao Rio Grande do Sul após percorrer os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul apresentando as esculturas imponentes do artista Marcos Amaro. Mostra abre no dia 22 de novembro com a presença do artista e do curador e segue até 17 de fevereiro.
Usando como matéria-prima resíduos aeronáuticos, o processo criativo do artista Marcos Amaro inicia-se na desmontagem dos aviões que não voam mais. Em suas mãos, transformam-se em grandes esculturas com ar catastrófico que remetem à ação provocada pelo tempo. A poética de Amaro está em ressignificar aquilo que perdeu sua função inicial. É este o tom da exposição itinerante Desconstruções e Articulações, com curadoria de Fábio Magalhães, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (MARGS), que inaugura para o público, gratuitamente, na quinta-feira, 22 de novembro, às 19h. A mostra já passou pelos Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (MACS) e Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (MARCO) antes de chegar à capital gaúcha.
Por trás da estética caótica das obras instalacionais de grandes dimensões está o desejo do artista em dar sobrevida aos materiais utilizados. Sua intervenção não desfaz o caráter bruto e precário das matérias que acumula e transforma em obra de arte, pelo contrário, são características de sua trajetória. Os fragmentos apresentados propõem uma viagem pelo tempo. Aviões que não voam mais, colchões desviados de sua utilidade, restos de tecidos e roupas que instigam o público a pensar quem eram seus personagens. “Sinais de vida que ainda palpitam nos objetos descartados aparentemente sem nenhum valor. O artista, ao incorporá-los à sua obra, afere a eles um novo pulsar de vida e agrega expressiva e renovada força poética”, pontua o curador FábioMagalhães.
A obra de Marcos Amaro remete, muitas vezes, às suas memórias como forma de preservar sua história. Filho do comandante Rolim Amaro, o artista adota como inspiração para esta série as carcaças de aviões. “A minha obra parte de uma profundidade existencial extensa e complexa. Tem a ver com esse processo de significados históricos que eu vivo, procurando meu passado e a minha história. E atualizar essas potências para o momento presente. A minha expressão plástica é um reflexo disso”, explica Marcos Amaro.
Durante o acompanhamento curatorial, Fábio Magalhães relaciona a produção de Marcos Amaro ao Dadaísmo – movimento artístico que inovou ao colocar a tela à frente da moldura – ao citar certa semelhança extraída das colagens de Kurt Schwitters (1887-1948), dos readymadede Marcel Duchamp (1887-1968) e das assemblages neo-dadaístas de Robert Rauschenberg (1925-2008).
As 12 obras que integram o recorte pensado especificamente para as principais salas expositivas do MARGS são carregadas de memórias poéticas. A mostra é pautada na desconstrução e na construção ̶ é necessário desordenar para, enfim, ordenar. O curador convida o público a encontrar a ordem geométrica presente em meio ao caos implementado por Marcos Amaro e finaliza “a geometria presente funciona como uma disciplinadora nas obras de Marcos Amaro ̶ ela organiza a linguagem”.
Sobre o artista
Marcos Amaro (1984) é artista plástico brasileiro representado pela Luis Maluf Art Gallery (São Paulo). Estudou filosofia – base intelectual fundamental no processo de pesquisa que antecede a produção artística. Desenvolve suas obras, predominantemente, com objetos aeronáuticos de grande e média proporção. A matéria em estado bruto, a descontextualização, o precário e a desconstrução são as características do seu pensamento poético. É o Presidente da Fundação Marcos Amaro, que abriga sua coleção particular em uma antiga fábrica têxtil em Itu (SP), acessibilizando-o ao público. É membro do Conselho do Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia (Mube), Instituto de Arte Contemporânea (IAC) e do Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (MACS).
SERVIÇO:
O QUE: Exposição MARCOS AMARO – DESCONSTRUÇÕES E ARTICULAÇÕES.
QUANDO: 22 de novembro de 2018 à 17 de fevereiro de 2019.
ABERTURA: 22 de novembro, às 19h.
ONDE: Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Praça da Alfândega, s/n – Centro Histórico, 32272311).
FUNCIONAMENTO: De terças a domingos, das 10h às 19h.
INGRESSO: Gratuito
MEDIAÇÃO: Visitas mediadas podem ser agendadas pelo e-mail educativo@margs.rs.gov.br.
*O Museu não possui estacionamento
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