A pandemia mudou hábitos de consumo, a maneira de se comunicar e a forma que os consumidores se relacionam com as marcas. As redes sociais viraram uma nova vitrine e os consumidores se adaptaram a essa realidade. O consumo não deixou de existir, mas se tornou mais consciente. Passamos a priorizar a economia local, o pequeno estabelecimento e a valorizar marcas e empresas que realmente se preocupam com o meio ambiente e com a comunidade ao redor.
Por isso, atualmente, não basta apenas aprender a linguagem digital, é necessário entender que os consumidores desenvolveram novas habilidades e deram atenção a valores que antes estavam fora de pauta, com uma vida mais corrida, impulsionada pelo desejo de ter. Acredito que essa transformação digital não é uma corrida de 100 metros, mas, sim, uma maratona. O caminho é longo e não podemos perder o foco do que realmente é importante: prosseguir de forma assertiva.
Os consumidores estão mudando, não somente em locais, mas em valores. Na busca por um lugar no pódio, muitas empresas e marcas têm apostado em influenciadores, mas alguns cuidados e precauções são importantes neste universo de curtidas.
Primeiramente, para ter sucesso na parceria, empresas e influenciadores devem ter “algo em comum”, ou seja, compartilharem os mesmos valores, interesses e propósitos. Os digitais influencers são utilizados para acelerar a comunicação de uma marca com o grupo de pessoas que exerce sua influência, logo, traz com ele valores similares a essa comunidade. É preciso dar um match entre a marca e o influenciador, do contrário, ambos sairão perdendo: a marca vista como oportunista e o influenciador como ganancioso, visando somente a relação comercial.
Além disso, devem “falar a mesma língua”, conversar com o mesmo público. Caso contrário, o discurso não será relevante para ninguém. Uma dica: os roteiros devem ser construídos a quatro mãos, mas a linguagem é do influenciador. O digital influencer escolhido não pode ser aquele que não sabe nada sobre o universo da marca que irá divulgar e decidiu falar sobre isso agora, pelo fato da conveniência de audiência. É preciso analisar o histórico e a sua trajetória.
Por fim, é importante ressaltar que essa conversa não tem nada a ver com o número de seguidores. Não estou dizendo que isso não é importante, mas não é o bastante. O foco deve estar no poder de engajamento e de influência. Vale lembrar que os robôs já chegaram faz tempo no ambiente digital, inflando o número de seguidores, comentários e até mesmo nos directs. Por isso, é essencial analisar a relevância.
Como em uma maratona, o universo digital requer dedicação e persistência, mas se você traçar as estratégias certas, o pódio estará mais perto.
Alex Monteiro é sócio-fundador da Non Stop, a maior agência de talentos digitais da América Latina